Exposição: José Mendes Cabeçadas e a República no Algarve (Loulé)



O Centenário da Implantação da República serve para evocar um dos ilustres cidadãos nascidos nesta terra, que teve o privilégio de ocupar o mais alto cargo da República, ainda que por curto período e num contexto difícil: José Mendes Cabeçadas Júnior (1883-1965).

Esta exposição está patente ao público no Convento de Santo António, em Loulé, de 25 de Maio a 27 de Novembro.

Envolve-se na vida política activa, ainda durante a vigência do regime monárquico, tornando-se republicano. Participa nas conspirações para derrubar o regime. Contacta também as sociedades secretas, como era habitual na época, onde se desenvolviam algumas das conspirações que abalaram Portugal.

A personalidade evocada nesta exposição tem muitos aspectos controversos, por vezes ainda mal explicados e ainda por descobrir. Entre os aspectos aliciantes da sua vida destaca-se o facto de ter sido um dos responsáveis pelos acontecimentos que levaram à Implantação da República em 1910, mas, ao mesmo tempo, participou nas conspirações para derrubar a mesma República, integrando o triunvirato que provocou o golpe de 28 de Maio de 1926.

A sua ligação à região algarvia e a Loulé manteve-se ao longo do tempo. Começou por ser deputado às constituintes de 1911, pelo círculo eleitoral de Silves, foi Governador Civil do Distrito, durante o Sidonismo, capitão do porto de Vila Real de Santo António e comandante da Escola de Alunos Marinheiros do Sul (Faro). Já em Lisboa, pertence aos órgãos fundadores da Casa do Algarve, onde colabora ao longo de vários anos.

Sendo José Mendes Cabeçadas Júnior um republicano, pretende-se também, nesta exposição, recordar algumas ideias que foram fundamentos do regime que se estabeleceu em 1910. Por um lado perceber que no Algarve existiam estruturas organizadas do Partido Republicano. Funcionavam regularmente centros e comissões republicanas onde se fazia propaganda política. Esta era alicerçada em órgãos da imprensa que defendiam o credo republicano. Por outro lado, um dos eixos da propaganda republicana foi o problema do combate ao analfabetismo. A escola como espaço de socialização e como mecanismo de desenvolvimento do País. Outro aspecto fracturante durante a República foi a questão social, com as greves a marcar a época. Também a questão religiosa, com a publicação de legislação retirando poder à Igreja Católica, foi um aspecto marcante, em particular no confronto com as sociedades secretas (Maçonaria e Carbonária) que desempenharam papel decisivo na época.

retirado de: http://press.algarvecentral.net/?p=5869

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